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10 de fevereiro de 2012

Inês Castel-Branco: "Hoje já consigo lidar melhor com a fama"

A atriz exclusiva da SIC está feliz com a sua Carmen de 'Rosa Fogo' e afirma que esta personagem é uma lufada de ar fresco na sua carreira. Elogia a estação de Carnaxide por estar "a subir degraus em vez de estar numa passadeira lisa" e assume o medo de, no futuro, poder ficar sem trabalho. E frisa: "Quero ser atriz até morrer."

Na novela Rosa Fogo dá vida à exuberante Carmen. Quanto tempo demora a caracterização da sua personagem?

Normalmente uma hora e um quarto, o que já inclui o penteado, a maquilhagem e a tatuagem.

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Onde se inspirou para dar vida a esta personagem?

Vi algumas imagens de Amy Whinehouse que davam para ir buscar o lado descomplexado desta personagem que não tem qualquer pudor. A partir daí é olhar para os bairros de Lisboa, onde podemos encontrar sempre uma Carmen.

Esta personagem é uma lufada de ar fresco na suacarreira?

Na altura em que veio sim, embora goste de todas as personagens que fiz até hoje. A Carmen é especial porque coincidiu com o meu regresso à televisão depois de algum tempo parada. Fazer uma personagem cómica que tem tantas características próprias é uma lufada de ar fresco porque faz sentir-me bem.

Tem preferência pelo registo cómico?

Sinto-me mais à vontade na comédia. O que faz que também goste de fazer drama, porque torna-se um desafio, sinto-me mais insegura. Fazer comédia é muito difícil, mas sinto-me mais à vontade porque o humor é uma constante em minha casa, gosto muito de ver comédias e cresci a ver o Herman [José].

Fazer uma novela depois de ter estado algum tempo parada foi complicado?

Na verdade, o mais complicado para mim não foi habituar-me ao ritmo, mas sim o facto de ter um bebé pequeno e dormir pouco e estar a fazer uma peça ao mesmo tempo [39 Degraus]. Ter de conjugar tudo foi difícil no início da novela, mas depois a personagem também me dava a adrenalina de que precisava para não falhar.

Cada papel é uma aprendizagem. O que tem aprendido com este?

Há uma coisa que gosto na Carmen. Ela tinha tudo para o público não gostar dela, não é amistosa, é agressiva com as pessoas, sobretudo com a irmã, e gosta de homens casados. Mas tentei fazer que parecesse mais natural e isso faz o público sentir que é humana. No meio desta roupa toda e desta maquilhagem consegui construir uma personagem espontânea e credível.

Identifica-se com ela em algum aspeto?

Acho que a única coisa que temos em comum é a relação que ela mantém com a irmã, a Aida [Susana Mendes]. As relações de irmãos que vivem juntos são universais, há sempre insultos, pancada, mas quando é preciso também há beijinhos, abraços e solta-se um "gosto muito de ti". E isso eu também tenho com os meus irmãos. Mas de resto somos muito diferentes.

As gravações de Rosa Fogo terminam este mês. Já tem algum projeto em vista?

Tenho. Agora vou ser mãe a tempo inteiro (risos). Até a SIC me convocar para um novo trabalho vou ficar de férias. Gostava de voltar a ter aulas de voz porque não tenho tido tempo. Quero trabalhar a máquina para quando surgir um novo projeto estar preparada.

Rosa Fogo está longe das audiências da sua antecessora, Laços de Sangue, e tem uma média de menos 200 mil espectadores. Está desiludida?

Não. Acho que era muito difícil manter a fasquia porque Laços de Sangue foi uma novela muito especial. Em vários sentidos: para a produtora que apostou na Joana Santos, que não era muito conhecida e teve ali o papel da vida dela; para a SIC, que fez parceria com a Globo, e também na vontade de os espectadores verem coisas novas. Acho que Laços de Sangue trouxe uma imagem completamente renovada da ficção. Depois deste boom era difícil as pessoas agarrarem-se tão cedo a outra novela. Porque é muito seguido e as pessoas também querem descansar. Acho que as audiências de Rosa Fogopodem não ser tão boas, mas sinto que já temos um público fiel.

Já trabalha em televisão há 12 anos. Como vê a evolução da ficção nacional?

Desde o boom que existiu em termos passado do consumo de novelas brasileiras para as portuguesas já aconteceu muita coisa positiva. Há mais atores, mais produtoras, e quase todos os canais fazem ficção. Para mim, é muito importante haver concorrência porque faz que as produtoras e os canais queiram fazer mais e melhor e para nós o mercado fica muito mais competitivo. Depois de ter passado tantos anos a comprar produtos brasileiros, a SIC está a crescer muito na ficção nacional, o que faz que seja uma mais-valia para mim estar neste canal, que é um canal que está a subir degraus em vez de estar numa passadeira lisa. Está sempre a subir, a fazer mais e melhor.

Assinou um contrato de exclusividade com a SIC há um ano. Qual é o balanço?

Faço um balanço positivo. A minha personagem, além de me estar a dar um grande gozo, está a ter uma repercussão positiva. E é bom saber que isso está a acontecer para os dois lados. Que estamos a deixar o nosso cliente satisfeito e que também eu estou satisfeita por ter assinado. É uma relação de mútuo agradecimento.

E é também uma segurança...

Sem dúvida. Na fase em que me encontro, tanto profissional como pessoal, é exatamente o estímulo de que precisava.

Essa segurança sobrepõe-se à liberdade de poder escolher um projeto interessante em qualquer canal?

Durante muito tempo senti que essa liberdade era mais importante. Neste momento acho que a SIC está a fazer o que me interessa fazer e que estou no sítio certo. Isso, para mim, já não é um empecilho. Pelo contrário, vou a estar a fazer o que gosto pelo menos durante dois anos, e isso é que é importante.

Independentemente do crescimento da indústria de novelas, a área da cultura tem sofrido cortes elevadíssimos. Tem sentido na pele as medidas de austeridade?

Sim, embora ache que se sente mais ao nível das companhias de teatro do que propriamente na televisão. Mas sim, toda a gente sente e sabe que é difícil vender um espetáculo hoje. Agora estou a fazer uma tournée com um espetáculo que fiz no Teatro Nacional D. Maria II, Lágrimas Amargas, e sente-se muito isso. As pessoas querem trazer teatro às suas cidades mas não têm como.

Face estas dificuldades, conhece atores que começam a pensar em desistir da carreira?

Acho que temos uma característica em comum: ninguém desiste. Fazemos isto por amor à camisola mais do que por dinheiro. E no teatro as pessoas estão habituadas a fazer muito com pouco, o que estimula a criatividade. Não é bom, é difícil, mas acho que ninguém vai desistir.

E a Inês já pensou desistir?

Nunca! Quero ser atriz até morrer.

O que a aflige mais enquanto atriz?

Que não haja uma preocupação que a cultura exista no nosso País. Aflige-me a efemeridade da profissão porque vão existir alturas em que não vamos ter trabalho. Isso faz que a nossa vida tenha de ser pensada em avanço. Não fazemos parte dos quadros de uma empresa, não sabemos se nos próximos anos vamos continuar com o mesmo ordenado ou a trabalhar. Mas já me habituei.

"Não tenho saudades de ver a minha mãe no ecrã"

A sua mãe, Luísa Castel-Branco, é uma seguidora desta novela?

(A sussurrar) Ela diz que sim, mas acho que ela grava e depois passa à frente (risos). Ela não tem muito tempo para ver televisão.

Mas daquilo que viu, fez alguma crítica?

Ela diz-me que há pessoas que vão ter com ela na rua para falar da Carmen. E isso faz que ela se lembre: "Ah, tenho de ver aquilo que gravei." Mas ela é uma das minhas maiores fãs, como todas as mães.

Tem saudades de a ver no ecrã?

Não (risos). Acho que ela está muito melhor a escrever livros e retirada no seu cantinho. Acho que é mais o seu perfil.

A fama é inerente à sua profissão. Consegue lidar bem com isso, ou tem dias em que desejava não ser conhecida?

Cada vez consigo lidar melhor com isso. Isso já foi uma grande dor de cabeça, agora já não é. Também acho que hoje já não existe uma euforia tão grande em torno das pessoas famosas e ainda bem. Como está, agora, vivo bem com isso.

Antigamente era mais assediada?

Sim. Houve um boom de ficção em que havia mais essa cultura do famoso, os reality shows também vieram ajudar, mas acho que as coisas estão a acalmar um bocadinho. As pessoas já sabem a diferença entre ser ator e ser famoso.

Na altura em que era mais assediada, o que a incomodava?

O facto de passar de desconhecida a conhecida. Não é por as pessoas virem falar comigo, é por passar de um registo para outro subitamente sem preparação. Estás num restaurante e as pessoas estão a olhar para ti, estás a sair do ginásio e as pessoas estão a olhar para ti suada. De repente estão a olhar para ti de todas as maneiras. Mas depois habituamo-nos.

Disse-me há pouco que queria dedicar-se ao papel de mãe no final da novela. Teve alguma dificuldade em passar o tempo que queria com o Simão?

Alguma, mas pouca. Não gravei assim tanto, só comecei a gravar mais agora na parte final. Ele está na escola, portanto, fico completamente descansada.

E as saudades?

Houve dias em que tive muitas ao ponto de chegar a casa e ficar uma hora abraçada a ele. Mas graças a Deus foram poucas vezes.

Gostava de ter mais filhos?

Sim, mas não será para breve. Mas quero muito voltar a ser mãe.

O seu irmão, Gonçalo, está a viver em Madrid. Como é que lida com a distância?

Não é muito fácil, mas finjo que é. Acho que dar muita importância à coisa torna-a pior. É difícil, porque ele sempre foi um irmão muito presente, mas os telefones e o Skype ajudam. Vou mandando fotografias e vídeos do Simão, para ele ver o crescimento do sobrinho. O que interessa é que ele está feliz e realizado na sua área.

Completa 30 anos no dia 25...

É verdade. Eu adoro fazer anos. Sou tipo cigana, comemoro durante uma semana. Espero que sejam tão bons como foram os 29. Ainda não me preocupo com esta coisa da idade. Ainda não me bateu "estou a ficar velha." Este ano foi um dos melhores da minha vida.

 

 

NTV

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